segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

por quê, e como pode?

I've been waking up without you for too long.
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Eu me pergunto 'por quê' e eu me pergunto 'como pode'.
Se eu já cortei todos os excessos, todos os caprichos. Se eu não toco mais no assunto, e eu nem falo mais o nome, se eu já substituí as músicas do mp4, até já formatei o computador, se nem frequento mais os mesmos lugares e evito nossos amigos em comum. E quando algo me foge do controle, e me ocorre alguma coisa que te lembra, eu corro com outra coisa pro pensamento. Qualquer idéia aleatória que me ocupe a atenção, e te impeça de se mudar outra vez pra minha cabeça. Veja só, eu faço o que posso. E me pergunto COMO PODE, se eu faço tudo isso, POR QUÊ você volta toda noite, para todo sonho que eu sonho.

sobre nostalgia barata, vencida, clichê e redundante.

Os tempos mudaram. Passou o tempo, e as coisas mudaram tão rápido que eu acho que isso estragou muita gente. Não entendo como as pessoas estragam. Assim: do nada. Azedam com você fácil, fácil. Esquecem o principal. Não interessa o milhão de coisas boas que você já fez até agora. Deixam tudo apodrecer e azedam junto. Me dão nojo. Mas dá tristeza também. E saudade.
'Os tempos mudaram e eu sinto (MUITA) saudade.'

domingo, 23 de janeiro de 2011

A chance

Ontem quando liguei para o táxi percebi que era uma daquelas chances. Fico meio rouca e meio calma. A voz sai divertida e as pessoas riem de mim mesmo que eu diga apenas o nome e o número de uma rua. É tão agradável que gosto como se eu fosse uma amiga nova e simples, dessas que a gente tem vontade de viajar pra praia e falar besteira enquanto cutuca cascões no pé. Eu era uma dessas garotas sempre sorridentes que a gente, quando encontra, abraça como se tomasse o resto da Coca-Cola no gargalo. É pessoal e ao mesmo tempo ninguém aguenta não fazer. Dá vergonha e tem seu charme. Umas dessas garotas que nitidamente foi feliz na infância porque o pai conversava no fresquinho da noite sobre como a vida não precisa ser assustadora. Dessas meninas que quando alguém quer explicar, começa falando de si mesmo. Quando o táxi chegou na festa e eu, num ímpeto que nem sei o nome, beijei e abracei todos da entrada gostando de gente como nunca gosto, percebi que era uma daquelas chances. De tudo o que posso ser, essa é a que me vem com menos frequência. A garota corada, quase a Moranguinho que eu tinha quando era criança. A garotinha beija e abraça e gosta e ouve todo mundo. Olha a fulana. Olha o cara. Pessoas. E quando ela vem fico nessa certeza, até um pouco doída, de que não existe nenhuma outra mais verdadeira. E que todo o resto, todo o enorme resto, é só para guardá-la intacta em algum lugar onde as janelas são anti tudo. Mas quando alguma coisa esquece a porta aberta e a noite é quente demais para deixarmos as crianças medrosas, ela escapa. E é lindo. Quando os carrascos de fora e de dentro dormem, quando é feriado no planeta do afasta e repele e rebate. Ela sai. E é lindo. Porque a maldade do mundo inteiro entende que não se brinca com as exceções da vida. E nada de mais acontece.


o texto não é meu não. é da tati, né. mas é exatamente o que acontece. e eu não sabia que acontecia com os outros também. enquanto não tenho de onde escrever, eu tô plagiando. quem sabe não chega 'as inpiration'.
tem faltado mais dessas 'chances' aê.