sábado, 14 de agosto de 2010

péssima

tô quase voltando a roer minhas unhas que finalmente estão enormes. tô dando chilique baixinho, sacudindo as mãos pelos cômodos da casa. liguei jack johnson. por hora eu mordo só os dedos e me distraio com o teclado. tô começando frases sem maiúscula. tudo isso advinha por quem? quem diriiia hein.
talvez daqui a pouco o telefone toca e 'o outra alternativa' me compra com conversinha vazia, a preço de banana. ou talvez não. mas agora, enquanto eu frito, fico pensando que confundi every little thing. que fui exatamente para a direção oposta e fiz tudo ao contrário. e sei disso com tanta certeza como sei sobre as glândulas sudoríparas dos mamíferos. que só eles têm, mas às vezes não têm. tanto o quanto sei sobre o campo magnético no interior de um solenóide. sobre acelerador de partículas. sobre vida em netuno. imperialismo asiático.
eu sei que eu nunca fui falsa com você, porque você sempre soube da minha decisão de não ser falsa comigo. então, as duas partes estando de acordo, tecnicamente eu nunca iludi ninguém aqui. mas ainda assim.
ainda que falando a verdade, eu fui indesculpavelmente má. usando sem limite e sempre que quisesse a dádiva que é ter você comigo na hora e do jeito que me desse vontade. ter um dia horroroso e depois melhorar vendo seu sorriso frouxo, fácil. te dando aquelas repostas que te fazem dar aquela gargalhada boa, e o mundo inteirinho ficava tão fácil que nada mais me incomodava. e todo o desgaste dos meus dias, o porquê das perdas que eu sofro, a razão de minhas armações darem errado; tudo isso se explicava com o jeito como você ria, e me beijava na testa(na bochecha e nos lugares que eu me machuco), batendo essas suas asinhas grandes que protegem tão bem os seus olhos, e que deviam tê-los protegido de mim também. o que me consola é não ter dúvida de que você está feliz. olho você que não consgue esconder mais os dentes na boca, às vezes me olhando triste, mas sempre me sorriu. me vê, me sorri e me agradece por gostar de você. acaaaba comigo isso! fico só sorrindo triste, triste. e nem consigo te dizer nada, porque começo a pedir desculpas pro céu por eu ser tão má. o céu não aceita desculpas, nubla minha cabeça aérea e eu não encontro nenhuma resposta digna do seu agradecimento. você me olha sem expressão e o clima quase pesa. sorte a minha ser tão triste ao ponto de ser cínica. a cínica sempre tem alguma coisa pronta pra responder, e engraçada. e você ri denovo. abrindo o sol no céu pesado.
é claro que eu sinto.
é por você ser assim, e por tudo com você ser tão natural, e simples, e tranquilo que eu nunca consegui te esconder nada. na verdade, nunca tive vontade de esconder. sinto ciúmes, morro de ciúmes. sinto uma saudade malvada[sim, saudade: aquele sentir falta que dói tipo abelha no esôfago. que, sentada na cadeira, você encolhe as pernas e cruza os braços, de tanta vontade de abraçar] e te conto tudo. você sabe das coisas que eu sinto, e nós sabemos que não é pouca coisa. mas não é nada do que você queria, eu sei.
continua sorrindo, garoto. fica triste por isso não, deixa que eu entendo disso. e acredita aqui: eu gostando de você assim: tanto, mas ainda dando para explicar, às vezes pedindo férias, mas nunca pedindo conta.. é melhor. bem melhor do que se eu amasse assim, igual às outras, igual a você.

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